Na voz de um piloto

Na voz de um piloto

O testemunho de uma caminhada com Deus

Quando criança, sempre gostei de ouvir testemunhos de vida.

Para mim, os testemunhos demostram a beleza da vida, e o maravilhoso amor de Deus.

Ao ler o testemunho de Lauro Pasquini, piloto missionário em Asas de Socorro, um sorriso de alegria apareceu em meu rosto; a beleza da vida, mais uma vez, me alegrou e encantou

As experiências, que Lauro relata, demonstram um caminhar com Deus, um voar com o Pai, e um sonhar os sonhos Dele…

A vida é um desafio, mas também um privilégio, como diz Lauro Pasquini.

Conheça o testemunho deste piloto missionário, e seja abençoado, como eu fui.

Maravilhas faz o Senhor, nos céus, na terra e em nossas vidas! Louvado seja o Seu nome!

Lauro, por que você decidiu ser um piloto missionário? 

Com 12 anos de idade, fui muito impactado ao ouvir, num Acampamento Palavra da Vida, a história de Nate Saint (Livro – O Piloto das Selvas/Filme – Terra Selvagem) , e seus quatro colegas missionários, que morreram tentando pregar o Evangelho para os índios Auca, no Equador.

Entendi que Deus queria que eu dedicasse minha vida como missionário, quando fosse adulto. Continuei meus estudos, fiz faculdade, e então fui estudar no Seminário Bíblico Palavra da Vida, preparando-me melhor para obedecer ao chamado que Deus tinha para mim. 

Meu dom e minha paixão sempre foram servir, trabalhar por trás das cortinas, e, numa Conferência Missionária, entendi que poderia fazer isso sendo piloto em Asas de Socorro. Não estaria mais atrás das cortinas, mas atrás de um manche de avião

Nunca sonhei em ser piloto, quando criança. Apenas entendi que o avião podia ser a ferramenta para que eu pudesse exercer o dom de servir que Deus me deu.

Quais as alegrias e bençãos em ser piloto missionário? 

Digo, com frequência, para os missionários que eu sirvo, e que moram nas aldeias e vilarejos ribeirinhos, que eu os considero meus heróis, e que tenho uma santainveja do chamado que eles têm, por tudo o que deixaram para trás para servir a Deus. 

Eu não nasci para morar em lugares isolados, como eles, mas, ainda assim, Deus me deu o privilégio de participar da vida e do ministério deles; me deu o privilégio de ver vidas sendo transformadas; igrejas nascendo; a Palavra de Deus sendo traduzida e pregada em lugares tão inóspitos.

Posso desfrutar com frequência da beleza da criação de Deus quando estou voando. Posso ser o encorajamento que esses missionários precisam, vivendo tão longe de suas famílias, igreja e amigos. 

Posso visitar igrejas e contar os desafios do campo missionário, desafiando outros a se envolverem com missões.

Resumindo, tenho o privilégio de trabalhar fazendo o que amo: servir a Deus!

Quais os desafios em ser piloto missionário? 

Se tenho várias alegrias sendo piloto, certamente, os desafios também não são poucos. Para chegar até aqui, foram muitas horas de estudo, muitas provas, avaliações teóricas e práticas, muitos recursos investidos, vindos de igrejas e irmãos mantenedores, outros sonhos deixados para trás…  

Depois de formado, não parei de estudar, de ser avaliado, sendo apresentado a desafios cada vez maiores. Um piloto missionário só é realmente útil quando está em lugares isolados, então, moramos praticamente às portas da Floresta Amazônica. Isso significa estar bem longe da família, da nossa igreja enviadora, de muitos amigos que deixamos para trás. Cansaço físico e mental, suor, mosquitos, perigos, problemas com sustento, saudades são alguns dos desafios do dia-a-dia.

Servir a Deus traz grandes desafios, mas é um grande privilégio!

E hoje, qual o seu sonho? 

Passei meus primeiros quatro anos, em Asas de Socorro, me preparando para ser piloto-mecânico missionário. No ano seguinte, tornei-me instrutor de voo, e aprendi muito ensinando a outros. 

Então, fui transferido junto com minha esposa para servir na base de Boa Vista (RR). Ali, servimos por quatro anos, voando muito e servindo com muita alegria. Então, Deus nos chamou de volta para Anápolis, onde atuei novamente como instrutor de voo, além de muitas outras atividades que desempenhei ali por cinco anos. 

Nesse tempo, Deus me deu o privilégio de receber uma capacitação fantástica numa missão parceira nos Estados Unidos (por 8 meses), e recentemente passei por mais um treinamento de voo em hidroavião, no Peru. A partir de agora, vou voar um avião anfíbio, que pousa na água e na terra. Sinto que Deus tem me dado ótimas chances de capacitação nesses últimos anos. 

Agora, desejo colocar em prática toda esta bagagem- conhecimento teórico e prático que adquiri nos últimos anos- fazendo o que mais gosto: servir a Deus, utilizando o avião. Então, desejo ver nossos aviões voando muito, para levar o Evangelho a todos os cantos, e a Igreja Brasileira chegando mais longe por meio da aviação missionária. Meu sonho é chegar ao final da carreira, e ouvir do próprio Jesus: Muito bom, servo bom e fiel!

Do chão, para a Água

Da pista, para o lago

Abaixo, Lauro Pasquini continua seu testemunho. Acostumado a pousar nas pistas das aldeias da Amazônia, ele conta sobre seu treinamento para pousar nos lagos e rios. 

Um grande desafio, muitas bençãos e muitos voos missionários e humanitários por vir!

Pilotar avião terrestre (que pousa no chão, seja asfalto, cascalho, grama) já faz parte do meu dia-a-dia há mais de 10 anos, como piloto missionário em Asas de Socorro. 

Durante estes anos, já pousei algumas milhares de vezes, sem exagero, principalmente por ter trabalhado como instrutor de voo por cinco anos. Assim, já bem sei que, por mais que a meteorologia possa mudar, de um dia para o outro, a pista normalmente está do mesmo jeito, quando voltamos para lá, para pousar. 

Mas, quando falamos de hidroavião, a história é bem diferenteMuitas coisas mudam de um dia pro outro!

O nível da água pode estar diferente; a superfície da água muda conforme o vento; o barranco pode estar destruído pela erosão; a correnteza pode estar mais forte; barcos podem estar atracados no meulocal de estacionamento”…

Então, sendo assim, apesar de ter bastante tempo de experiência como piloto, tive de fazer um treinamento específico para pilotar um hidroavião. Saí do Brasil, deixei minha esposa e filhos, e embarquei para nosso país vizinho, o Peru, para receber treinamento num hidroavião, com um dos melhores instrutores de voo em atividade no mundo missionário

Através da parceria entre Asas de Socorro e SAM Air Peru, ambas ligadas à JAARS, pude desfrutar de toda estrutura de treinamento que meus colegas no Peru têm.

Durante meu treinamento, uma friagem, que passava por boa parte do Brasil e também pelo Peru, nos presenteou com dias lindos e com clima muito agradável, bem diferentes do que normalmente temos na Amazônia (Brasileira ou Peruana). 

Detalhes de um avião que pousa na água … 

Quando está no ar, o avião terrestre e o aquático se comportam quase do mesmo jeito. Mas taxiar, decolar e pousar é um pouco diferente. E atracar (estacionar) é uma arte que precisa ser aprendida e dominada para quem pretende operar em lagos e rios com correnteza. 

Então, parte do meu treinamento foi reconhecer como o avião se comporta na água, com relação ao vento e à correnteza; como taxiar de forma lenta ou rápida (sobre a água); decolagens e pousos com vento de través; com água espelhada; água agitada (pequenas marolas), pousos com ou sem motor (emergências simuladas), pousos com e sem flapes… ou seja, vários pousos e decolagens!

Dá para dizer que essa parte é uma adaptação ao que fazemos num avião terrestre. Claro que com novos desafios. Identificar canoas, lanchas, troncos flutuantes, fios suspensos entre as margens do rio, correnteza, vento, bancos de areia submersos, tudo isso faz parte de uma cuidadosa avaliação quase que constante. Uma vez na água, o avião nunca pára! Não tem freios! Então, a atenção tem que ser dobrada e constante.

Certamente, o maior desafio pra mim (além de passar a semana toda falando inglês, a qual não é minha primeira língua) foi aprender a atracar o avião. 

Ter que desligar o motor enquanto ainda estou chegando na margem do rio, ou flutuante, ou ponto de atracação; ter que descer e andar sobre o flutuador do avião para enganchar a corda no avião e rapidamente amarrá-lo em alguma coisa fixa do outro lado (em terra seca, ou quase seca), sem cair na água, ou antes que o vento ou a correnteza comece a levar o avião emboragrandes emoções!

Como consegui atracar o avião umas 20 vezes sem cair na água, ou danificar o avião, acho que meu instrutor foi bem sucedido! Voltei do Peru muito feliz com a oportunidade que Deus me deu. 

Pude conhecer outros missionários que fazem o mesmo que fazemos no Brasil; voei cerca de 15 horas e aprendi muito com a instrução que recebi. Aprendi também bastante com o profissionalismo e o espírito de servos da Missão SAM Air. 

Meu desejo é continuar aprendendo, enquanto começo a voar a partir de Porto Velho (RO) para servir a Deus no meio da Floresta Amazônica com nosso avião anfíbio.  Sinto-me preparado para desempenhar esse novo desafio que recebemos como família da nossa liderança em Asas.

Privilégio poder servir, voar, decolar, e pousar, seja em terra ou na água!”

A vida e trajetória de Lauro Pasquini inspiram.

Grande benção é servir ao Senhor e viver para servir!

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  • Testemunho dado à Rita Santos, jornalista e missionária de Asas de Socorro em Manaus, AM. Casada com Rodrigo e mãe de Vinícius, Noé e Yasmin.