O caminho de Deus em meio ao luto – segunda parte

O caminho de Deus em meio ao luto – segunda parte

O sofrimento na perspectiva da esperança e do consolo

A paz de Deus

Conversar sobre o luto não é algo que gostaríamos, mas como é importante e necessário! Em nosso segundo Encontro sobre O Caminho de Deus em meio ao Luto, percebemos que nem sempre temos tempo de cuidar uns dos outros. Mas a necessidade desse cuidado fica evidente no processo do luto, onde é preciso falar, expressar sentimentos, compartilhar a dor.

 “Preciso de alguém que segure a minha mão”, é uma frase que traduz bem a necessidade de gente por perto que o luto traz.

Cuida da sua mãe, cuida dos seus irmãos”, foi a última frase de um pai ao filho, antes de ser entubado e depois falecer. Em suas últimas palavras, este servo falou da importância do cuidado para com quem amamos. Que preciosas palavras!

Achava que conhecia a realidade da morte e o luto, até enfrentar a morte do meu pai. A maior dor da minha vida. Depois do vazio, veio o consolo de Deus.”

O consolo de Deus. 

Como entender esse consolo em meio à dor?      

É possível viver o luto diante do Senhor, com Ele, com Sua Paz! Nesse caminho, é Deus quem segura nossa mão. E Ele também envia pessoas – pessoas de perto e até de longe, pessoas conhecidas e até desconhecidas que se tornam próximas; caminham junto, e estão prontas a segurar a mão de quem sofre. Existe um Caminho de Deus em meio ao Luto. Aleluias!!!

Em meio ao luto, o Senhor tem muito a falar ao nosso coração em Sua Palavra. Ele é tudo que precisamos, e Ele trará as pessoas ao nosso encontro para nos consolar e ouvir, quando for necessário, ainda que o mundo esteja sem tempo…

Davi e a Paz de Deus

Em 2Sm12.15 a 20, encontramos o rei Davi lidando com a morte do seu filho. Enquanto a criança estava gravemente enferma, Davi jejuou, orou, prostrou-se e buscou a Deus – intensamente! Mas diante da morte do filho, sua atitude mudou: Então Davi se levantou da terra, lavou-se, ungiu-se, e mudou de vestes; e, entrando na casa do Senhor, adorou. Depois veio a sua casa, e pediu o que comer; e lhe deram, e ele comeu, e ele adorou ao Senhor!” (v.20)

Como Davi teve forças para reagir em adoração a Deus, depois da morte do seu filho? Davi tinha Paz, a Paz de Deus! Paulo falou sobre essa Paz, a Paz que Davi experimentou em meio a dor. Em Fp4.6 e 7, preso, o apóstolo Paulo falou da Paz de Deus. Não é maravilhoso encontrar a clara orientação da Palavra? Está ansioso, preocupado, com medo? Ore, suplique, busque a Deus, se derrame diante do Senhor. Foi o que Davi fez.

O resultado desse derramar diante de Deus é surpreendente. Ele nos dá a Sua Paz. A Paz de Deus. Que sentimento é esse? Que Paz é essa? Paulo deixa claro que essa Paz excede todo entendimento. Ela é diferente de tudo que já experimentamos. Chega quase a ser palpável, mesmo em meio à mais profunda tristeza. Não entendemos, não temos palavras pra explicar como é possível desfrutar da Paz de Deus em meio ao luto, à dor e ao sofrimento. Mas é real, é dádiva de Deus para nós!

O milagre da Paz do Senhor

O mundo jamais vai entender o que só o povo de Deus desfruta: a Sua Paz. Só os cristãos conhecem Eirene – palavra grega usada por Paulo para falar da Paz de Deus. Sem sombra de dúvidas, a Paz de Deus é completamente diferente da paz deste mundo. A paz deste mundo está esperando a pandemia acabar, o remédio chegar, as guerras acabarem. A Paz de Deus independe da situação e das circunstâncias.

A Paz de Deus nos conduz à gratidão por tudo que Ele nos permitiu viver com quem já não está mais entre nós. Somos lembrados de que existe a vida eterna com o Senhor ao mesmo tempo em que já desfrutamos das bençãos de Deus hoje: a Paz de Deus em meio ao caos. A Paz de Deus é pra hoje, é pra mim e pra você, pra todos que creem no Senhor, em todo o tempo e em toda circunstância!

A abrangência da Paz de Deus vai além do que podemos imaginar. Paulo fala que a Paz de Deus guarda nosso coração e nossa mente em Cristo Jesus. Ah, como meu coração precisa ser guardado por esta Bendita Paz! E minha mente, então?

Não sei quanto à sua mente, mas a minha, vira e mexe, enfrenta algumas guerras: pensamentos confusos, sem rumo, inquietos, amargurados, questionadores… Imagino que você saiba do que estou falando. Por isso, quando leio que a Paz de Deus quer guardar a minha mente, fico maravilhada, encantada e rendida em adoração ao Senhor, que faz o que jamais conseguirei fazer: pacificar meu coração e mente. Quanto descanso existe na Paz de Deus!

  • Texto de Elayne Manzano, missionária em Asas de Socorro, enfermeira, mãe e conselheira. Reflexões a partir da mensagem compartilhada pelo Pr Fabiano Nery Muchiutti, membro do Conselho Administrativo de Asas de Socorro