Gente que faz diferença
Gente que é uma benção
Uma vida cheia de afazeres, e emoções
Márcia é enfermeira, e já participou de muitas viagens missionárias, na região da Amazônia e também na África.
Márcia teve um filho perto dos 40 anos, casou-se aos 38; cuida da família, trabalha em um hospital, cuidou da tia idosa até o dia de seu falecimento; cuida da mãe em tratamento médico intensivo para a cura do câncer, e ainda encontra tempo para se doar em viagens missionárias.
Quando ouvi Márcia me contando sobre sua vida, história e rotina, fiquei impressionada.
Fiquei pensando como o Senhor tem seus servos preciosos espalhados pelo mundo, e ao nosso redor.
Pessoas que amam e se doam.
Pessoas que, em seu dia a dia, vivem o princípio bíblico de se doarem, pois, afinal, melhor é dar do que receber.
Impressionante. Inspirador. Coisas de Deus.
Abaixo, o testemunho de Márcia
O sobrenatural
“Quando criança, tive uma experiência sobrenatural com Deus.
Durante uma oração, pela cura de meu pai, senti algo diferente. Fiquei muito impressionada e comecei então a frequentar a igreja evangélica.
Comecei a ouvir a Palavra, até que Palavra me libertou. Fui batizada, antes de meu pai falecer, e ele também se converteu, vindo a falecer logo depois. Sua salvação, em Cristo, foi um grande consolo para mim.
O começo
Mas aí começou a minha caminhada, com muita luta e dificuldades, porque minha mãe ficou sozinha, para criar cinco filhos.
Um dia, bem no começo da minha caminhada cristã, tive um sonho, onde a pessoa falava para mim- ‘você precisa ler Mateus 10-5’.
Quando acordei, fui ler Mateus 10-5, que diz:
“Jesus enviou estes doze, e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos;”
Ao ler, pensei- como? se eu sou uma criança?
Neste mesmo dia à noite, fui à um encontro e a irmã falou sobre o chamado de Jeremias, e disse- “não digas, eu sou uma criança, porque onde eu te mandar irás, e tudo que eu te mandar, falarás.”
Eu tinha só 13 anos de idade, mas entendi que Deus tinha um chamado para mim.
O que eu achava que aconteceria, não aconteceu
“Passaram-se muitos anos … fui para o seminário, fiz faculdade de enfermagem. Comecei a trabalhar em hospital, mas nada do que eu achei que ia acontecer, aconteceu na minha vida.
Eu achava que iria para um país da África ser missionária, mas isto nunca acontecia…
Achava que para eu ser missionária, tinha de ir para outro país, mas isto não acontecia… Eu, ao contrário, estava trabalhando em um hospital, no Brasil.
Até que um dia, li um livro sobre uma missionária na África, e muitos começaram a falar que eu iria para a África.
Mas eu não sabia como ir para a África.
Até que conheci um pastor que trabalhava na África e fui, durante minhas férias, para a África, como missionária para um curto período.
Foi então uma benção, mas ao mesmo tempo, um conflito, porque eu pensei- “mas é só um mês na África?”
Na verdade, eu não entendi… Achava que eu ficaria na África, e faria um trabalho grande lá, mas não era isso que Deus tinha… Era apenas um mês…”
Todas as férias em projetos missionários
Voltei então para o Brasil, e foi aí que conheci Asas de Socorro. Decidi então que em todas as minhas férias, eu iria para projetos missionários.
Tinha uns 30 anos de idade na época. Fui para o projeto Ide, e comecei a ir para as clínicas médicas, como enfermeira voluntária. E também comecei a participar de outras frentes missionárias realizadas em situações de catástrofes, como as que aconteceram na região serrana do Rio de Janeiro.
Viajei também muitas e muitas vezes para a região de Santarém, participar em clínicas médicas.
Casamento e filho
Mas teve um tempo em que me casei, quando tinha 38 anos. Tive um filho, pertinho dos 40, e fiquei então envolvida com os cuidados da família.
Mas sempre sonhava em levar meu marido e filho para a Amazônia, para eles conhecerem a beleza da natureza, e servir comigo em missões.
Missão em família
Foi então que surgiu a oportunidade de ir para a missão Puraquê, que aconteceu em Manaus, a partir da base de Asas de Socorro.
Mas eu estava cuidando de uma tia idosa, de 92 anos, extremamente dependente de cuidados diários, e também da minha mãe, que estava com câncer.
Mesmo assim, sonhei em ir.
Falei então com a diretora da escola de meu filho, com meu pastor, com Asas, e todos me deram um retorno positivo sobre a viagem, me encorajando a ir para a missão em Manaus com minha família.
Mas…
Mas a passagem aérea estava muito cara. No entanto, um dia, consegui uma passagem com bons preços. Comprei logo as passagens e confirmei nossas idas.
Falecimento e o continuar
Uma semana antes da viagem missionária para a Amazônia, minha tia faleceu.
Quando fui dar banho nela, ela teve uma parada cardíaca. Oramos, tive os últimos cuidados com ela, chamamos o SAMU. E ao chegar no hospital, momentos depois, ela faleceu.
No dia seguinte, um domingo, foi o sepultamento.
Sou grata que eu estava com minha tia quando ela teve seus últimos momentos. Não queria que ela tivesse partido enquanto eu estivesse em viagem missionária.
Sou grata que pude estar com ela até o final.
Terminei minha missão com ela.
Pude viver o luto antes de viajar
Uma outra missão
Na semana seguinte, após o falecimento de minha tia, viajamos e fomos para a Amazônia, realizar meu sonho de ver meu marido e filhos conhecendo a Amazônia e servindo em missões.
Uma benção
Pude servir, dar palestras, conheci muitas pessoas do Amazonas, que são apaixonantes
Foi só vitória e benção
Realizei o sonho e voltei para casa com muitas lembranças boas do tempo em missões, e do tempo em família, na Amazônia.”
Que sejamos inspirados e capacitados pelo Senhor a nos doar, tendo, como Márcia, um largo sorriso no rosto, e muito ânimo para ajudar aos que estão próximos, e também aos que vivem mais distantes.
Melhor é amar, do que ser amado
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Grande e bom é o Senhor, em todo tempo!
